Segundo o presidente da Bambuzeria Cruzeiro do Sul (Bamcrus), Lúcio Ventania, o esgotamento das matérias-primas convencionais torna a exploração do bambu mais do que uma necessidade, uma urgência. "É preciso que as técnicas sejam aprimoradas para que as vantagens do uso do bambu como matéria-prima sejam ressaltadas e divulgadas. A potencialidade do material é enorme e acredito que em pouco tempo seu uso será uma realidade", afirma.
De acordo com Ventania, o Cerbambu será responsável pela difusão das técnicas do uso do bambu e indicará soluções para o uso do material, além de promover todas as potencialidades que a planta oferece. "Queremos mostrar o quanto essa matéria-prima é versátil e as inúmeras possibilidades de utilização. Além disso, o Cerbambu também prepara mão-de-obra qualificada para receber o material e usar de forma adequada. A substituição de outras matérias-primas pelo bambu deve acontecer de maneira gradativa, mas quando se tornar uma realidade será capaz de reduzir o preço da obra e oferecer igual ou melhor qualidade do que os demais materiais", disse.
Para ampliar o uso do bambu, estudos detalhados estão sendo realizadas em todo o mundo. O chinês Yan Xiao, professor da Universidade do Sul da Califórnia, desenvolveu uma técnica de processamento do bambu que resulta em placas similares ao MDF. A tecnologia, patenteada como GluBam®, pode ser usada da mesma maneira que a madeira nas construções tradicionais. Outra possibilidade semelhante são os laminados de bambu, chamados de Plyboo em referência aos laminados de madeira (Plywood).
Sustentável. Ao contrário de outras plantas usadas na construção civil, como o pínus e o eucalipto, o bambu precisa ser plantado apenas uma vez. A partir do sétimo ano, o bambu tem extração anual perene. Essa planta de sucessivas brotações permite muitos cortes, oferecendo um cultivo e manejo simples e sustentável. A velocidade de propagação de uma plantação de bambu, após estabelecida, é muito grande. O tempo de estabelecimento de uma plantação varia de cinco a sete anos, e o amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode coletar colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é de 10 toneladas por hectare por ano.
Fonte:http://www.otempo.com.br/pampulha/habitar/alternativa-ecol%C3%B3gica-1.4976
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