A noção de um edifício inteligente que se adapta às condições do ambiente não é tão nova. Mas a ideia contemporânea da “fachada inteligente” existe há poucas décadas, ajudada por recentes avanços na ciência química e dos materiais. Ao longo dos últimos três anos, há ocorrido um crescimento da categoria.
Abaixo, confira alguns dos mais interessantes exemplos da tecnologia, como uma tela de metal térmica que se enrola quando está quente, e uma parede coberta com dióxido de titânio que limpa poluentes do ar.
1. Parede de algas produtoras de energia
Este muro de 200 metros quadrados que fica na Alemanha é resultado de três anos de testes feitos por um grupo de designers da Splitterwerk Architects e Arup. Sua cor vibrante não é apenas uma escolha estética, mas o resultado do florescimento de milhões de algas microscópicas, que estão sendo alimentadas com nutrientes e oxigênio para estimular a produção de biomassa.
Facilitadas por luz solar direta, as pequenas células crescem rapidamente e acabam aquecendo a água. Esse calor é colhido pelo sistema e armazenado para utilização na construção. “É um teste para a tecnologia, mas também representa um enorme passo em frente”, disse Jan Wurm, pesquisador da Arup na Europa. “Se pudermos demonstrar que biofachadas de microalgas podem se tornar uma nova fonte viável de produção de energia sustentável, podemos transformar o ambiente urbano”.
2. Fachada sensível à luz que “respira”
Essas duas torres de Abu Dhabi estão envoltas em uma fina camada de vidro, mas que não são ideais para o clima de deserto. Assim, os arquitetos da Aedas projetaram um “protetor solar especial” que desvia um pouco do brilho sem bloquear permanentemente a vista. Isso é possível graças a uma série de fibras de vidro com desenho baseado na tradicional mashrabiya, que se abrem e fecham em resposta à temperatura da fachada.
“À noite, todas se dobram, por isso se fecham, então você não vê mais a fachada”, disse Peter Oborn, diretor da Aedas. “É uma técnica antiga usada de uma maneira moderna, que também responde à aspiração do país em assumir um papel de liderança na área de sustentabilidade”.
3. Fachada que limpa poluição
Em 2011, a empresa química Alcoa anunciou uma tecnologia notável que poderia limpar o ar em torno dela. O material contém dióxido de titânio, que efetivamente “elimina” do ar toxinas, liberando radicais livres esponjosos que podem acabar com os poluentes. Desde então, a tecnologia fez aparições nas ruas, roupas e arquitetura, mais recentemente surgindo em uma tela de sol de um novo hospital na Cidade do México, a Torre de Especialidades.
O hospital está envolto em uma tela de 90 metros de comprimento chamada Prosolve370e, desenvolvida pela empresa alemã Elegant Embellishments. A tecnologia baseia-se no mesmo processo: conforme o ar é filtrado em torno das estruturas em forma de esponja, os radicais livres ativam luz UV que destrói quaisquer poluentes existentes, deixando o ar limpo para os doentes. De acordo com a Fast Company, mesmo a forma do filtro é importante, porque cria turbulência e diminui o fluxo de ar para baixo em torno do edifício, ao dispersar a luz ultravioleta necessária para ativar a reação química.
4. Uma fachada que imita uma pele humana
Em Melbourne (Austrália), a empresa Sean Godsell Architects revestiu a escola de design do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne com milhares de pequenos círculos de vidros, afixados em uma haste central. Baseadas em umidade e temperatura no interior do edifício, estas hastes se articulam automaticamente para facilitar (ou bloquear) o fluxo de ar através da fachada. Uma solução simples, mas inteligente.
5. Malha de metal que reage ao calor
Essa instalação temporária da arquiteta Doris Kim Sung não é tecnicamente uma fachada, mas logo uma técnica semelhante deve ser usada em edifícios.
A professora pesquisa biomimética, ou como a arquitetura pode imitar o corpo humano. Este guarda-sol foi feito com um material de dois metais diferentes, cada um com o seu próprio coeficiente de expansão térmica. Isso significa que cada lado reage de forma diferente à luz solar, expandindo e contraindo em diferentes taxas, criando tensão entre as duas superfícies e, finalmente, um efeito de ondulação. Então, quando a superfície fica quente, os painéis finos na sombra enrolam para permitir mais passagem do ar para o espaço abaixo, e quando esfria, se fecham novamente.